Blog do Ber

10 dezembro, 2017

PÉ DE MOLEQUE COM ALECRIM. FICA QUASE SENSUAL!

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Não sei o de vocês, mas meu Pé de Moleque leva Alecrim. Quando não tem Alecrim no quintal, uso Sálvia (que fica tesão também na salada de frutas). Uma vez tentei com tomilho, ficou horrível.

Pé de Moleque é isso: dá uma torrada leve no amendoim pra tirar a pele, joga com o açúcar na panela (de fundo grosso, pelo amor de Deus!) e mexe mexe mexe pra não deixar grudar. E já era.

O Pé de Moleque é o doce brasileiro mais antigo, depois do Bijú. Tanto a mandioca como o amendoim são plantas sul americanas que ganharam o mundo. O Biju é a fécula da mandioca assada na pedra pelos índios brasileiros – tipo de avô da Tapioca. O pé de moleque tem a técnica dos torrons e torrones espanhóis e italianos – os portugueses dos engenhos do Pernambuco é que misturaram o açúcar ao amendoim dos índios. Coisas do Brasil.

Por isso, se dá na louca eu uso também farinha de mandioca flocada no meu Pé de Moleque – fica com a textura de uma farofa com liga. E uso as ervas, que são alimentos vivos, o tipo de alimento que harmoniza a floresta amazônica plantada nos intestinos. Alias, os intestinos tem três vezes mais células nervosas do que o cérebro – e nesse território ainda indevassado pela ciência convivem não só as nossas dez trilhões de células humanas, mas também os 100 trilhões de bactérias e três milhões de genes não humanos (segundo as últimas estatísticas).

As ervas são um planeta desconhecido. Li no Michael Pollan que uma folhinha de tomilho, aquela minúscula folhinha carrega pra dentro do organismo 76 diferentes tipos de anti-oxidantes. É mole? Dizem que o amendoim é o mais afrodisíaco dos afrodisíacos sertanejos. Não sei dizer se é – só sei que perfumado pelo Alecrim, o Pé de Moleque fica quase sensual. Alecrins fresquinhos jogados ao final do cozimento, uma mãozada só cozendo no calor da panela desligada. Ave!!!